domingo, 28 de junho de 2009

NAVEGANDO RUMO A 2014


Por tudo o que já foi falado, lido, escrito e debatido sobre a Copa 2014 e suas bilionárias somas. Com a demolição, sem apelo, do Machadão, com o Centro Administrativo indo de contra peso. Acho que ainda não estamos nem engatinhando nesse assunto de Copa do Mundo. Muita bola ainda vai passar por baixo da rede e muitas faltas ainda serão cobradas de dentro da grande área. Se forem escalados juízes que não se intimidem com a torcida, acho que teremos grandes jogadas.
Mas, como meu conhecimento é sobre o mundo náutico e como Natal é uma bela cidade litorânea e com forte potencial ao turismo vindo do mar, acho que devo entrar nos jogos de 2014, se possível assistindo das águas do Rio Potengí.
Tenho escutado muito foguetório, muita promessa, muito delírio, muita utopia. Tenho lido até que, Natal em peso, vai falar, escrever e ler em vários idiomas.
O trânsito louco que hoje se arrasta por nossas ruas, em breve vai passar por uma verdadeira transformação de competência digno das melhores cidades do mundo.
Taxistas falando dois idiomas e dirigindo grandes modelos luxuosos. Motoristas de ônibus super educados, dirigindo sem solavancos, parando em todas as paradas com um sorriso estampado no rosto e pisando no acelerador com muita suavidade.
Já da para ver a eficiência com que seremos atendidos nos Postos de Saúde e nos Hospitais Públicos. Médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde, atendendo pacientes com o melhor dos equipamentos, com os melhores remédios, sem as eternas macas de corredores e com uma eficiência de fazer inveja. Cada paciente em um quarto e cada quarto com leitos dignos do mais alto padrão tecnológico.
Mas, voltemos ao mundo náutico! Natal como cidade litorânea e com sua excelente localização geográfica, precisa voltar seus olhos de Copa do Mundo para as águas do Potengí e para o horizonte deste imenso Atlântico sem fim.
Seremos invadidos, novamente, por barcos oriundos dos mais longínquos portos do mundo. Dessa vez não serão apenas holandeses, espanhóis e franceses. Nossa Fortaleza, localizada na Foz do Potengí, está inoperante para defender e rechaçar os felizes invasores. Se não sinalizarmos com investimentos, dessa vez, os navegantes serão expulsos pela falta de infra-estrutura.
A marina, propagada e festejada, que poderia receber o velejador-torcedor, parece que foi torpedeada nos lemes e hoje navega sem rumo por gabinetes oficiais.
Nosso Iate Clube, que apesar da boa infra-estrutura social e das confortáveis instalações, não tem fundeadouro para mais de 20 embarcações. Nem conta com píer para atender barcos de fora.
O Iate Clube do Natal, precisa começar a pensar na Natal da Copa. Precisamos ter um bom planejamento das ações que possa colocar nosso clube na recepção do evento.
Precisamos levar essa única porta de entrada de veleiros em Natal, para as pranchetas oficiais dos projetos da Copa 2014.
Já ouvi vários comentários sobre o novo aeroporto e até sobre o aeroporto Augusto Severo, mas não vi uma vírgula sequer sobre o Porto de Natal, nem de um terminal de passageiros para navios transatlânticos.
Uma Copa do Mundo envolve uma cidade muito mais do que pensam os patrocinadores de oba-oba oficiais, regados a floreios e bajulações. Não podemos focar apenas no caos que a Arena das Dunas, possa trazer para o já complicado trânsito da cidade. A falta de uma boa marina e de locais de ancoragem, também trarão dores de cabeça para os organizadores e pessoas envolvidas.
Se pretendermos manter nossa já conhecida e festejada fama de bons anfitriões, deveremos fazer um bem elaborado dever de casa, acabando com as infindáveis reuniões a portas fechadas e sair dos gabinetes para conferir como anda nossos pórticos de entradas.
Natal é uma bela e inesquecível cidade litorânea e pelo mar, deveremos receber um numero grande de turistas e torcedores.
Que venha a Copa de 2014! Vamos esperar.

Nelson Mattos Filho
Velejador

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