segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CAFÉ DA SEGUNDA







Como hoje é segunda-feira a turma não deixou por menos, e por isso a linha d'água do Avoante deve esta um pouquinho mais baixa. Se eu não soltar logo as amarras em direção a Recife, vou ter que pintar uma nova linha. Hoje, além da tradicional sopa da Chica, trazido por Flávio Alcides, que esta fazendo o maior sucesso, teve também a canjica da Ceminha. Ceminha é como eu chamo carinhosamente minha Mãe, que faz uma canjica para ninguém botar defeito. Chica é a chefe de cozinha da casa de Flávio que faz uma sopa fora de série. O café da segunda esta sendo um festival gastronômico de primeira linha. Que continue assim! O Pôr-do-Sol também não se fez de rogado é acrescentou mais beleza a nossa tarde.

MENINADA AFOITA - A REAÇÃO


A holandesa Laura Dekker, de 13 anos, que pretendia dar a volta ao mundo em um veleiro, em solitário, esta sendo obrigada pela justiça holandesa a rever seus planos. Ela que nasceu em um veleiro, quando seus pais davam uma volta ao mundo que durou sete anos, e que praticamente tem água salgada correndo nas veias, quer ser a pessoa mais nova a fazer essa aventura a bordo de um barco. A justiça foi dura com seus pais que são acusados de negligência com a filha e permitir que ela abandone, temporariamente, os estudos para realizar o feito. O tribunal retirou a guarda da menina dos pais e submeteu o caso a uma avaliação com psicólogos, para saber se ela realmente tem condições de realizar a aventura. Tomara que os pais da Laura consigam reverter a decisão na justiça e que ela parta em busca do seu sonho. A justiça, faz tempo, que não consegue acompanhar a cabeça da meninada. Se fosse para ela esta na rua, vadiando, consumindo droga, engravidando, roubando e outras coisas mais, acho que tudo era bem mais fácil para os pais. Vá em frente Laura Dekker e que seu sonho seja seguidos por outros aventureiros precoces. Essa dura decisão da justiça holandesa me faz lembrar o caso do nosso Galego, marinheiro do Iate Clube do Natal, que foi morto por dois holandeses. Os caras confessaram o crime, deram detalhes de como ele foi executado e até hoje estão livres, leves e soltos nas ruas holandesas. Justiça é justiça em qualquer parte do mundo!

domingo, 30 de agosto de 2009

ANTARES, O NAVIO PESQUISADOR


Domingo passado, navegando na lancha Pajumari, do comandante Silzoumar, avistei um navio ancorado ao largo, todo iluminado e muito bonito. Fiquei viajando na imaginação e matutando porque ele não entrou no porto com toda aquela beleza. Seria um bonito espetáculo, para um domingo, a entrada daquele belo navio branco navegando pelo Rio Potengí.
Os navios, assim como os barcos a vela, fazem a gente viajar em sonhos mundo a fora. Esses barcos maravilhosos, dificilmente passam despercebidos quando cruzam o horizonte em suas rotas de cabotagem. Com eles vão à imaginação daqueles que ficam em terra a observar o seu desaparecimento na linha que divide o céu e o mar.
Quantas promessas são escritas na mente daqueles românticos pelas coisas do mar, quando avistam a silhueta daqueles grandalhões de ferro? Quantos casais traçam rotas pelo mundo, na esteira daqueles navios que navegam mansamente em alto mar? Quantos oceanos farão parte do seu destino? O que fazem os felizardos tripulantes a bordo daqueles maravilhosos brutamontes? E os felizes passageiros, que vivem o sonho de uma viagem a bordo de belíssimos transatlânticos? O que fazem?
As coisas do mundo do mar encantam o homem. Esse mundo que abriga seres encantados, belas sereias, reis barbudos e seus tridentes de ouro. Mundo que esconde o imaginário que habitam as cavernas escuras de nossas mentes. Mundo de monstros como os grandes tubarões e polvos gigantes. Mundo em que a lei não muda nunca, se não houver respeito, seremos eternamente condenados. Esse é o mar, que por mais que o homem estude, nunca compreendera sua força e sua grandeza.
O navio branco navegou em meu sonho durante a noite. O que ele fazia eu não consegui descobrir, mas quando acordei, pela manhã, o vi passando ao lado do Avoante em direção ao porto. Era o ANTARES, navio oceanográfico da MARINHA DO BRASIL. O que ele fazia navegando em meu sonho, a partir daí tudo ficou muito claro, pesquisava a mente de um apaixonado pelo mar.
Tinha que ir a ele. Tinha que visitá-lo. Tinha que circular por suas entranhas e me deixar exposto à pesquisa da noite anterior. Eu agora seria o invasor amigo, o pesquisador, aquele que iria fazer parte de sua história. Quem sabe somente da minha história! Mas, barco tem alma e eu entraria em sua alma.
Eu, o capitão de um minúsculo Avoante, vivendo intensamente um sonho náutico, estaria frente a frente ao grande Antares, o coração do escorpião. Aquele que chamou minha atenção quando estava ancorado ao largo e que a noite veio navegar em meu sonho.
Como chegar aquele barco tão vigiado por zelosos marinheiros, que o defenderiam até a morte! Mas, eu era amigo daquele barco, eu era aquele em que ele pesquisou a mente durante a noite, ele sabia que eu iria e eu fui. Pedi ajuda ao amigo e parceiro do mar, Comandante Vasconcelos, Capitão dos Portos do Rio Grande do Norte, um homem do mar e devoto das coisas do mar.
A partir daí, até chegar ao ANTARES foi um pulo. Fui recebido pelo Comandante Luiz Claudio Teixeira Palhota, ou simplesmente Comandante Palhota, Capitão de Fragata da Marinha do Brasil, que juntamente com o Tenente Felipe de Carvalho Garcez, Chefe de Operações do Navio, me deram as boas vindas em nome de toda tripulação.
O que faz o ANTARES por essas águas de Poti? Águas em que já navegaram tantas naus e caravelas. Águas que ainda escondem muitos mistérios em suas profundezas, que talvez o ANTARES, com toda sua parafernália eletrônica, não consiga decifrar.
O grande CORAÇÃO DO ESCORPIÃO realiza uma das fases do projeto PIRATA – Pesquisa Piloto com Rede de Bóias Fixas no Atlântico Tropical. Ele vem do norte do Brasil, dando sua contribuição na vigilância e proteção dos interesses do nosso País no mar, através dos dados coletados por seus equipamentos e sistemas.
Sua permanência em Natal é breve. Daqui ele vai suspender no rumo do Rio de Janeiro, cumprindo sua sina de barco marinheiro e sempre pronto a navegar em suas pesquisas oceânicas. Porém, foi o bastante para mexer com a cabeça desse velejador, a querer sentir o coração do grande ANTARES.
Muito obrigado Comandante Palhota pela permissão e que o mar sempre lhe acolha com carinho.

Nelson Mattos Filho
Velejador
Artigo publicado na coluna Diário do Avoante, jornal Tribuna do Norte, neste domingo 30/08/2009

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

VELA NATAL


A logo do VELA NATAL, sofreu uma pequena modificação, mas que reflete todo o entusiasmo que hoje ilumina o Iate Clube do Natal. Aonde tinha apenas o nome do Rio Grande do Norte, hoje figura: IATE CLUBE DO NATAL-RGN. A arte da logo é do artista plástico e velejador Flávio Freitas, o mais premiado artista plástico de nosso Estado.

HISTÓRIAS DE BORDO


Existem várias histórias engraçadas de marinheiros de primeira viagem e muitas de tripulantes acostumados com a vida no mar, mas que sempre contribuem para o folclore da vida a bordo.
No Avoante já tivemos várias cenas hilárias que quando conversamos com colegas velejadores, vemos que a coisa é disseminada.
Numa velejada Natal/Recife, tivemos o prazer de ter a bordo nosso amigo e velejador China. China é dessas pessoas que o mundo se acaba do lado e ele não sabe nem o que se passa.
Foram 83 horas de velejada, sobre um mar virado com vento soprando na casa dos 23 nós e debaixo de muita chuva. Para piorar a situação tínhamos que dar vários bordos para vencer algumas poucas milhas.
Com todas essas intempéries, todas as tardes nosso amigo tinha um ritual que fazia a alegria do resto da tripulação. Ele descia, trocava a roupa molhada, calçava os tênis, se perfumava, pegava um pacote de biscoito recheado e vinha para o cockpit tomar mais banho de chuva.
Quando não era isso e nem era seu turno de comando, ele deitava no cockpit, debaixo de muita chuva, cruzava os braços e caia num sono tão profundo que o ronco fazia a alegria do Pedrinho, nosso tripulante mais assíduo. Dormir na chuva e com o mar virado daquele jeito, tinha que ser coisa do China.
Na REFENO 2008, recebemos a bordo nosso amigo Marcelo Flôr. Marcelo nunca havia velejado, mas resolveu que iria a Noronha com a gente. No dia da largada, ele pegou um esparadrapo de mais de palmo de diâmetro e colou no umbigo. Eu olhei para aquela arrumação é fiquei a espera da explicação, pois não estava entendo nada.
Lúcia que é não deixa por menos, olhou para o esparadrapo gigante, pregado na barriga de Marcelo, e foi logo perguntando: - “Que danado é isso homem?” “Você se feriu?” Marcelo muito sério respondeu: “Isso é uma simpatia inventada por minha mãe para prevenir enjôo” Não preciso dizer o tamanho das gargalhadas a bordo. A verdade é que não sei se por obra da simpatia ou se por força do meclim, mas para quem nunca tinha velejado, Marcelo teve apenas um ligeiro mal estar. De uma coisa eu e Manoel, outro tripulante, temos certeza: Com simpatia ou sem simpatia, Marcelo nunca mais bota os pés em um veleiro no rumo de Noronha.
O pior foi ele passeando sem camisa em Noronha, com a marca branca na pele no centro da barriga. A turma olhava, se espantava, queria perguntar, mas o difícil mesmo era esconder o riso.
Tem também aqueles que querem apenas realizar um sonho é assim embarcam cheio de entusiasmo. Esse foi o caso do nosso amigo Airton, quando embarcou no Avoante para sua primeira REFENO.
Airton não queria mais nada a não ser fazer a velejada até Noronha. Nessa viagem batemos o recorde de tripulantes a bordo, sete pessoas. Era muita gente para fazer turno de comando e justamente nessa viagem o barco estava sem piloto automático. Airton não se fez de rogado. Pegou no timão em Recife e somente não soltou em Noronha, porque eu às vezes tinha pena e pedia para ele descansar um pouco. Os outros nem tiveram o gostinho de comandar o barco por alguns segundos.
Chegando à ilha, Airton desembarcou, pegou o primeiro avião e voltou para Natal. Isso é que matar a vontade de realizar um sonho!
É sabido que enjôo é um mal que atingi quase todos que entram pela primeira vez em um barco, mas certa vez recebi a bordo a visita de meu irmão Iranilson e fiquei impressionado como o bicho agiu rápido.
O Avoante estava no píer do Iate Clube do Natal, um lugar abrigado e quase sem balanço. Iranilson chegou com um isopor cheio de cervejas estupidamente geladas. Já que não íamos velejar, ficamos batendo papo dentro do barco. Após a primeira cerveja, ele me perguntou: “Meu irmão, quantas cervejas já tomamos?” Eu respondi que tínhamos tomado apenas uma latinha. Então ele disse: “Vamos parar que eu já estou muito bêbado” Nunca mais ele pisou no Avoante.
O pior foi fazer o sacrifício de tomar, sozinho, as cervejas que ele abandonou a bordo.

Nelson Mattos Filho
Velejador

DUAS LUAS


Se o dia era 27 de Agosto, acho que não combinaram direito com as luas. Pelo menos das gaiutas abertas do Avoante, não conseguimos ver nada, ou melhor, vimos apenas a nossa tradicional lua dos namorados. Quem sabe lá para dois mil e tantos anos pra frente a turma consiga enxergar melhor.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

MENINADA AFOITA

Depois de Zac Sunderland, jovem velejador que deu uma volta ao mundo em solitário, a meninada parece que tomou gosto e agora todo mundo quer fazer o mesmo. Dessa vez foi Mike Perham de 17 anos que completou sua volta ao mundo e se tornou o mais jovem velejador a cumprir a façanha. Ele saiu em Novembro de 2008, quando tinha 16 anos. No percurso enfrentou muitas dificuldades. Chegou a enfrentar grandes ondas nos mares do sul e ventos de até 50 nós. Quem se habilita a ser o próximo?

VIDA A BORDO 13

Morar a bordo requer certo cuidado com a alimentação. No barco, devido à umidade e maresia, o acondicionamento dos mantimentos deve ser muito bem feito.
Os enlatados são bem vindos, principalmente em navegadas com mar mexido, onde ficamos sem condições de fazer comida mais elaborada. Mas, sua estocagem e consumo precisam ser bem acompanhados, utilizando-se a regra de estocagem: primeiro que entra, primeiro que sai.
As sopas e massas em pacotes, também são bem aceitas a bordo pela facilidade de uso nas travessias.
No Avoante, não temos geladeira elétrica, nem a gás, dependemos de gelo, o que restringe o consumo de alimentos perecíveis.
Não comemos apenas enlatados e sopas, isso deixamos para as velejadas mais difíceis.
Usamos muitas frutas, verduras, legumes, carne seca, peixes, biscoitos e pães.
Tentamos manter uma dieta rica em alimentos frescos.
Quando ancorados, compramos o necessário ao consumo do dia. Como não temos geladeira para estocar carnes, peixes, queijos, iogurte e leites, compramos tudo novinho e na quantidade certa.
Pães, às vezes, faço a bordo, utilizando meus conhecimentos de ex-panificador, assim como bolo e pizza. Ficam deliciosos!
Lucia tem feito comidas maravilhosas a bordo, se aventura na cozinha até nos piores tempos. Acho que muito breve daremos adeus as sopas e enlatados de uma vez por todas. Nada melhor do que uma comida quentinha numa velejada com mau tempo. Levanta o moral da tripulação.
Nas nossas primeiras velejadas, sem muito conhecimento, comprávamos bastante comida. O resultado era que ninguém comia nada por causa dos enjôos. Tínhamos que levar para casa o excesso ou distribuir com os marinheiros no clube.
O balanço do mar deixa muita gente sem apetite e fazer comida com o barco balançando é um segredo para poucos.
Os líquidos precisam também de muita atenção no abastecimento.
Água é um bem valioso a bordo. Ela precisa ser bem dimensionada e dosada no consumo, nunca sabemos o que nos espera. No mar não tem fonte de água, nem boteco.
Os sucos e refrigerantes são bem vindos e muito necessários. Refrescam e são fontes de vitaminas, no caso dos sucos. O refrigerante, principalmente o gasoso, faz bem aqueles com problemas de enjôo, porque elimina gases dando certo conforto ao mareado, mas quanto a isso, existem controvérsias.
Bebidas alcoólicas são aceitas com restrições. Nas ancoragens são liberadas, mas navegando, seus efeitos são um problema para a grande maioria, não sendo saudável nem responsável seu uso.
Muitos fazem uso dos conhecimentos de nutricionistas, para o preparo de uma boa alimentação a bordo. O mais importante é que o profissional tenha vivência e muito conhecimento da vida a bordo, para não preparar cardápios incompatíveis com o mar.
Velejadores de regatas transoceânicas e os que fazem grandes expedições necessitam de receitas balanceadas e enérgicas. Muitos contratam empresas para o preparo da alimentação a ser consumida.
Os que moram a bordo ou costumam fazer pequenos cruzeiros, aprendem a lidar com suas necessidades de alimentação, e logo adaptam seus cardápios preferidos com muita racionalidade. Afinal a dispensa do barco é pequena e não tem lugar para excessos.
Nelson Mattos Filho
velejador
Artigo publicado em 2006 no Jornal Tribuna do Norte, coluna Diário do Avoante. A coluna é publicada aos Domingos.

COISAS DE BARCO

A vários dias venho trabalhando na manutenção do Avoante para participar da REFENO. Motor, velas, estais, casco, pintura, leme e outras coisas mais. Hoje, dia de levar o barco para Recife, depois de fazer a vistoria junto a Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte, e receber a credencial para navegar até Noronha, tivemos uma surpresa. Pedi a Pedrinho que verificasse o nível de óleo do motor, antes de zarpar. Para nossa surpresa o motor estava encharcado de óleo lubrificante, devido um vazamento na tampa dos tuchos. Verificamos a gravidade e não pareceu muita coisa, mas mesmo assim tentamos resolver. Completamos o nível, ligamos o motor e ficamos observando o pequeno vazamento. Quando desligamos o motor, outra surpresa: A bomba de água começou a vazar pelo retentor, o que poderia ocasionar a mistura de água e óleo. Resultado de toda essa lambança foi que tivemos que adiar nossa partida, até que tudo fique pronto. Eu não tenho superstição, mas acho que esse não era o dia para partir. Até ontem, tudo estava super normal e checado. Quem sabe no Sábado!

REFENO, INSCRIÇÕES QUASE ENCERRADAS

Com 99 barcos inscritos, faltando apenas 1 para o preenchimento total de vagas, a REFENO 2009 praticamente encerra as inscrições 23 dias antes da largada. Acho que esse deve ser um recorde. De acordo Marcelo Soares membro da comissão de regata, o número de barcos não será ampliado. Segundo ele, a Ilha não suporta mais do que 100 barcos ancorados, nem um número excessivo de tripulantes. A partir de agora a única maneira de se inscrever será pela desistência de algum participante. Quem quiser saber mais sobre a REFENO é somente entrar no site: www.refeno.com.br

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

CAMPEONATO DE PESCA OCEÂNICA


Dia 17 de Outubro o Iate Clube do Natal promoverá um campeonato de pesca oceânica. O diretor de pesca Cristiano Gentili, já contabiliza 11 embarcações inscritas. Os interessados podem procurar a secretaria do clube para melhores informações.

SEGUNDA DO CAFÉ






O café da segunda-feira, a tarde, no Iate Clube do Natal a cada dia recebe novos tripulantes. A coisa é bem informal e cada um leva o que quiser. Pão, bolo, biscoito, bolacha, queijo, canjica, pamonha, sopa e outros quitutes, o café e o leite são produzido na cozinha do Avoante. Flávio Alcides que já virou tripulante oficial do encontro, semana passada chegou com uma panela de canja de galinha que dava para alimentar um batalhão, hoje ele não deixou por menos e trouxe um caldeirão de munguzá que fez a alegria da turma. O nosso Iate Clube realmente anda com o astral muito elevado e o associado tem respondido a altura aos benefícios administrativos da comodoria do comandante Marcilio Carrilho, que não mede esforços para cada vez mais dotar o clube de confortos para o associado. Esse café da segunda-feira é um exemplo de como o associado gosta do ambiente alegre e gostoso que hoje toma conta do clube. Como nas segundas o restaurante é fechado e a turma gosta de vir bater papo vendo o pôr-do-sol, Isolda e Lucia começaram a fazer um cafezinho, que hoje virou esse cafezão alegre e descontraído e que a cada dia recebe novos adeptos.

domingo, 23 de agosto de 2009

PRONTO PARA A REFENO


O Avoante esta pronto para mais uma REFENO. Dessa vez com uma tripulação populosa, mas que deve ser bem animada: Fernando, Marta, Simarone, Hélio Milito, eu e Lucia. Esse final de semana fechamos nossa lista de manutenção com uma nova mão de tinta antiincrustante. A tinta ainda estava boa e no prazo de validade, mas como vamos passar quase um mês em Recife, resolvemos fazer a pintura. Essa semana o vento deu um refresco e devemos aproveitar a oportunidade para soltar as amarras em direção a capital pernambucana.

UM SÁBADO DE REGATA


Mais um sábado de regata no Iate Clube do Natal. A turma não esta brincando em serviço e a cada dia surgem novos barcos e novos velejadores para compor as flotilhas. Todo esse entusiasmo é fruto dos encontros semanais de velejadores que acontecem toda quarta-feira. A regata do sábado foi corrida dentro de uma raia montado pelo velejador Flávio Alcides, que buscou no fundo do baú uma antiga raia de snipe, quando a classe estava no auge da glória em Natal. Pelo que ouvimos dos competidores, essa foi a regata mais competitiva e a mais vibrante. A turma agora se prepara para a próxima regata a ser realizada na Lagoa do Bonfim, uma das lagoas mais bonitas do Estado e onde o Iate Clube do Natal mantém uma sub-sede. O fita Azul da regata foi o primeiro colocado na classe Hob Cat, o velejador Leo Medeiros. Na classe Flash 165 o primeiro lugar ficou com o velejador Simorone. Na classe Day Sailer o primeiro lugar foi o veleiro Burugundum do capitão Roberto Teixeira. Logo após a prova, para variar, a turma se deliciou com mais um churrasco de adesão que já virou marca registrada. Afinal, a churrasqueira faz mais de um mês que não esfria.

HISTÓRIAS DE BORDO

Existem várias histórias engraçadas de marinheiros de primeira viagem e muitas de tripulantes acostumados com a vida no mar, mas que sempre contribuem para o folclore da vida a bordo.
No Avoante já tivemos várias cenas hilárias que quando conversamos com colegas velejadores, vemos que a coisa é disseminada.
Numa velejada Natal/Recife, tivemos o prazer de ter a bordo nosso amigo e velejador China. China é dessas pessoas que o mundo se acaba do lado e ele não sabe nem o que se passa.
Foram 83 horas de velejada, sobre um mar virado com vento soprando na casa dos 23 nós e debaixo de muita chuva. Para piorar a situação tínhamos que dar vários bordos para vencer algumas poucas milhas.
Com todas essas intempéries, todas as tardes nosso amigo tinha um ritual que fazia a alegria do resto da tripulação. Ele descia, trocava a roupa molhada, calçava os tênis, se perfumava, pegava um pacote de biscoito recheado e vinha para o cockpit tomar mais banho de chuva.
Quando não era isso e nem era seu turno de comando, ele deitava no cockpit, debaixo de muita chuva, cruzava os braços e caia num sono tão profundo que o ronco fazia a alegria do Pedrinho, nosso tripulante mais assíduo. Dormir na chuva e com o mar virado daquele jeito, tinha que ser coisa do China.
Na REFENO 2008, recebemos a bordo nosso amigo Marcelo Flôr. Marcelo nunca havia velejado, mas resolveu que iria a Noronha com a gente. No dia da largada, ele pegou um esparadrapo de mais de palmo de diâmetro e colou no umbigo. Eu olhei para aquela arrumação é fiquei a espera da explicação, pois não estava entendo nada.
Lúcia que é não deixa por menos, olhou para o esparadrapo gigante, pregado na barriga de Marcelo, e foi logo perguntando: - “Que danado é isso homem?” “Você se feriu?” Marcelo muito sério respondeu: “Isso é uma simpatia inventada por minha mãe para prevenir enjôo” Não preciso dizer o tamanho das gargalhadas a bordo. A verdade é que não sei se por obra da simpatia ou se por força do meclim, mas para quem nunca tinha velejado, Marcelo teve apenas um ligeiro mal estar. De uma coisa eu e Manoel, outro tripulante, temos certeza: Com simpatia ou sem simpatia, Marcelo nunca mais bota os pés em um veleiro no rumo de Noronha.
O pior foi ele passeando sem camisa em Noronha, com a marca branca na pele no centro da barriga. A turma olhava, se espantava, queria perguntar, mas o difícil mesmo era esconder o riso.
Tem também aqueles que querem apenas realizar um sonho é assim embarcam cheio de entusiasmo. Esse foi o caso do nosso amigo Airton, quando embarcou no Avoante para sua primeira REFENO.
Airton não queria mais nada a não ser fazer a velejada até Noronha. Nessa viagem batemos o recorde de tripulantes a bordo, sete pessoas. Era muita gente para fazer turno de comando e justamente nessa viagem o barco estava sem piloto automático. Airton não se fez de rogado. Pegou no timão em Recife e somente não soltou em Noronha, porque eu às vezes tinha pena e pedia para ele descansar um pouco. Os outros nem tiveram o gostinho de comandar o barco por alguns segundos.
Chegando à ilha, Airton desembarcou, pegou o primeiro avião e voltou para Natal. Isso é que matar a vontade de realizar um sonho!
É sabido que enjôo é um mal que atingi quase todos que entram pela primeira vez em um barco, mas certa vez recebi a bordo a visita de meu irmão Iranilson e fiquei impressionado como o bicho agiu rápido.
O Avoante estava no píer do Iate Clube do Natal, um lugar abrigado e quase sem balanço. Iranilson chegou com um isopor cheio de cervejas estupidamente geladas. Já que não íamos velejar, ficamos batendo papo dentro do barco. Após a primeira cerveja, ele me perguntou: “Meu irmão, quantas cervejas já tomamos?” Eu respondi que tínhamos tomado apenas uma latinha. Então ele disse: “Vamos parar que eu já estou muito bêbado” Nunca mais ele pisou no Avoante.
O pior foi fazer o sacrifício de tomar, sozinho, as cervejas que ele abandonou a bordo.

Nelson Mattos Filho
Velejador
* Artigo publicado no Jornal Tribuna do Norte, coluna Diário do Avoante, domingo 23/08/2009.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

UM GRANDE CAMPEÃO





Garimpando no site da Marinha do Brasil, http://www.mar.mil.br/, me deparei com a vitória do Navio-Veleiro Cisne Branco, na regata internacional Tall Ships Atlantic Challenge 2009. O texto abaixo é uma cópia fiel do artigo do site, em que fala da grande vitória. As fotos que ilustram essa postagem também foram retiradas do site da Marinha do Brasil.


NAVIO-VELEIRO CISNE BRANCO VENCE REGATA INTERNACIONAL


Como parte integrante das atividades programadas pela “Sail Training International” (organização europeia sem fins lucrativos, criada com o objetivo de formar jovens pela arte de navegar), o Navio-Veleiro (NVe) “Cisne Branco” venceu, no dia 5 de agosto, a 5ª etapa das regatas que compuseram a “Tall Ships Atlantic Challenge 2009”, maior evento náutico realizado esse ano, sendo a única de que participou.

Este grande evento náutico começou em Vigo (Espanha), em maio, passando por Tenerife (Espanha), Bermuda, Estados Unidos, Canadá e Irlanda, com veleiros de várias nacionalidades, alguns integrando a frota durante todo o percurso e outros apenas parcialmente, como foi o caso do NVe “Cisne Branco”.

A regata estava prevista para cruzar o Atlântico Norte, saindo de Halifax (Canadá), indo até Belfast (Irlanda), retornando a Europa. O tempo total estimado para a travessia era de 23 dias, sendo que o veleiro brasileiro completou o percurso em apenas 15 dias, sendo o “Fita Azul” (Line of Honours), prêmio destinado ao primeiro navio a cruzar a linha de chegada, independente da classe e do tempo corrigido (fator utilizado para equalizar o tempo entre veleiros de características distintas).

Além do “Cisne Branco”, estavam inscritos na regata veleiros da Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Portugal, Reino Unido, Rússia e Uruguai. O navio veleiro russo “Kruzenshtern” participou apenas da largada, em virtude de séria avaria sofrida no mastro do traquete (mastro mais avante dos quatro que possui), ocorrida dias antes da largada.

A derrota inicialmente traçada passaria próximo à área onde houve o acidente com o Titanic, em 1912, porém os organizadores da regata propuseram que os navios montassem uma boia localizada mais ao sul para evitar a rota dos icebergs, tornando impossível a navegação direta para Belfast e acrescentando dose extra de desafio para os competidores.

Foram 15 dias de navegação, onde o navio enfrentou calmarias e mares agitados, com ventos de até 48 nós, (89 km/h) e ondas de 7 metros de altura, totalizando cerca de 2.350 milhas náuticas (4.350 km) e variações de pressão atmosférica de 25 milibares, muito acentuada se comparada com a média encontrada no Atlântico Sul, alcançando o máximo de 16,3 nós de velocidade.

Além de ser o “Fita Azul”, o NVe “Cisne Branco” recebeu os prêmios de primeiro lugar entre os navios de sua classe e o de segundo lugar geral (considerando-se todos os navios das demais classes participantes) entre os 12 competidores, elevando o nome do Brasil à posição mais alta do pódio das regatas internacionais de veleiros clássicos.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

FIM DE SEMANA DE REGATA

Das duas regatas que estavam programadas para o final de semana que passou, apenas uma aconteceu. No Sábado os barcos de Oceano deram um show numa regata eletrizante e bem competitiva. A regata do Domingo, dos veleiros monotipos, o vento forte que soprou durante todo o dia, impossibilitou a realização da prova. Alguns barcos ainda chegaram a ir para a água, para sentir a força do vento, mas todos tiveram dissabores, com velas rasgadas, quebra de ferragens e viradas. O vento realmente não dava condições para que os monotipos estevissem na água. No Sábado, a festa dos Oceanos foi muito bonita. Eram apenas 6 barcos na água, mas os que estavam, proporcionaram uma disputa muito eletrizante. O primeiro colocado foi o veleiro Dianteiro, comandante Adalry, que não tomou conhecimento dos concorrentes. Em segundo e terceiro, os veleiro Tuta e o nosso Avoante, respectivamente. Essa foi a disputa mais emocionante, com lances de extrema adrenalina entre os concorrentes. O Tuta largou bem e um pouco a frente do Avoante, condição que prevaleceu até a boía da cachoeirinha. Na saída da cachoeirinha o Avoante encostou e seguiu lado a lado com o Tuta até a boía em frente ao Iate Clube. O Avoante até conseguiu colocar meio barco de vantagem sobre o Tuta, mas na hora de montar a boía do Iate, uma descontração da tripulação fez o Avoante perder o bordo e o Tuta disparou. O Avoante recuperou-se e, novamente, alcançou o Tuta. A disputa até a linha de chegada foi emocionante e cheia de lances ousados por parte das tripulações. No final o Tuta cruzou a linha de chegada 8 segundos a frente do Avoante. As duas tripulações estão de parabéns e os que assistiram a disputa na varanda do Iate Clube do Natal, presenciaram um bonito espetaculo. A regata dos monotipos vai acontecer em uma data a ser decidida no encontro de velejadores na próxima Quarta-Feira.

VIDA A BORDO 12

A vela de cruzeiro é um ótimo modo de viajar com custo relativamente baixo, dando muito prazer, conhecimento e liberdade ao viajante do mar.
Nosso País tem um litoral propício a vela de cruzeiro, uma costa de quase 10 mil quilômetros, com ótimos ventos, belas praias, muitas ilhas e um clima maravilhoso.
O Brasil tem despertado o interesse do turismo náutico mundial. Barcos de várias nacionalidades, principalmente ingleses e franceses, têm procurado nossas águas para seus cruzeiros.
Somos uma excelente opção para aqueles que se dirigem as ilhas do Caribe e vêm ao Brasil para uma escala de poucos dias e ficam tão encantados com nosso litoral que ficam mais tempo.
Os ventos e as correntes marinhas, empurram o navegador europeu ou africano para nossa costa. Temos que saber aproveitar esse presente da natureza.
Não é só na vela de esporte e recreio que temos potencial.
Os ventos alísios que sopram em nossa costa, poderiam ser usados até pelos navios de cabotagem. Alguns pensariam em atraso, mas o que teríamos era avanço. Considerando a economia de combustível, o barateamento dos fretes e o número de empregos que seriam criados, o resultado seria excelente.
Os barcos a vela de hoje tem tecnologia de ponta e são muito rápidos. Tomemos por exemplo nosso navio veleiro Cisne Branco, uma obra prima da engenharia naval e que tanto orgulho traz a Marinha do Brasil.
O governo tem investido muito em projetos para baratear o combustível para o pescador. Poderia incentivar o uso do barco a vela para essa atividade. Investindo em novos projetos e barcos mais modernos e confortáveis para o pescador. Vento é que não falta!
O navegador de cruzeiro faz uso do barco a vela há muitos anos e vai continuar fazendo. Ninguém aguenta fazer uma travessia transoceânica num barco movido a diesel. A não ser os multimilionários. O barco a vela da mais liberdade e charme a navegação.
Os barcos a motores são bonitos e bem equipados. Os motores cada vez mais possantes e rápidos. Porém, a autonomia para 99% deles é muito pequena.
Eu não tenho nada contra os que fazem uso do barco a motor, nem contra a indústria motonautica, que por sinal tem tido altos níveis de competência em seus projetos.
Defendo o uso dos ventos como fonte propulsora, por medida de economia do petróleo, que tem sido o grande vilão do nosso século.
Um veleiro oceânico na faixa de 25 a 40 pés de cumprimento, entre 7 e 12 metros, pode perfeitamente dar uma volta ao mundo, enfrentando várias condições de mar e de tempo, com muito conforto, economia e trazendo prazer a sua tripulação. Já o barco a motor do mesmo tamanho seria um pouco complicado, não pelo conforto é sim pelo consumo e formato do casco.
Os modelos de cascos dos veleiros são monocasco, catamaran e trimaran.
Monocasco é o de maior tradição. São barcos com um casco e com uma quilha abaixo da linha de água. A quilha é uma peça de chumbo que da estabilidade a embarcação. Ela pode ser fixa ou retrátil. Da muita segurança ao veleiro, mesmo no pior temporal sempre deixa o barco em pé. Funciona tipo o boneco joão teimoso, balança e volta ao normal. Alguns têm patilhão, que é o formato de quilha que vai da proa a popa.
Catamaran e trimaran têm dois e três cascos respectivamente. São barcos que tem crescido no conceito do velejador, pôr sua rapidez, espaço interno e equilíbrio no mar. Vemos hoje muitos barcos desses modelos em cruzeiro.
O modelo de barco você escolhe de acordo com suas condições ou objetivos. O resto é colocar na água e curtir nossas belezas.
Vamos aproveitar os ventos favoráveis ao Brasil, que são dádivas da natureza.

Nelson Mattos Filho
Velejador
* Artigo publicado em 2006 no jornal Tribuna do Norte, coluna Diário do Avoante. A coluna é publicada sempre aos domingos na Tribuna do Norte.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

VELA NATAL


O grupo do Yahoo velanatal, criado para discutir e desenvolver a vela em Natal, acaba de receber uma contribuição das mais valiosas. O artista plástico potiguar e velejador Flávio Freitas presenteou o grupo com uma logomarca, fruto da sua premiada criação. A logomarca vai estampar, além da página do velanatal, todos os veleiros que compõem as flotilhas do Estado.

PERIGO DA FUMAÇA DO MOTOR

Navegando e pesquisando na net, achei uma noticia trágica de uma menina que morreu asfixiada pela inalação da fumaça do motor de popa de um barco. A criança americana de 8 anos brincava na popa do barco quando passou mal e caiu na água. Ela ainda foi levada viva para o hospital, mas não resistiu. Ela faleceu devido a falta de oxigênio em seu cérebro, quando ela respirou grande quantidade de monóxido de carbono da fumaça do motor. Essa morte é um alerta a todos que fazem uso do motor. Por mais que o ambiente seja aberto é ventilado, a exposição prolongada com o monóxido de carbono é um grande risco a todos a bordo. Os sinais de intoxicação podem ser irritação nos olhos, dores de cabeça e também náuseas, que pode ser confundido com enjoo. No mar todo cuidado é pouco! Eu já tive esse tipo de intoxicação a bordo do Avoante, durante uma viagem a Recife. Se não fossem a irritação nos olhos e a dor de cabeça, que me fizeram acordar durante meu turno de descanso, acho que as consequencias seriam trágicas.

CAMPEONATO DE PESCA







Foi muito animado o campeonato de pesca do velejador, apesar de poucos concorrentes, e os peixes não marcarem presença. Apenas os bagres amarelos caíram nas iscas dos pescadores. A turma não deixou barato, e deu uma baixa significativa na população de bagres do potengí.

REGATAS


Amanhã e depois de amanhã, 15 e 16/08, vai ser mais um final de semana de regatas no Iate Clube do Natal. No sábado a raia vai ser dos barcos de oceano e no domingo dos monotipos. A largada para os dois dias será ao meio-dia. O Clube convida a todos a participarem desse final de semana de competição.

VIDA A BORDO 11

Estamos na Baia de Camamú e o dia hoje amanheceu com muita chuva, mas nem por isso deixa de ser muito bonito. O conforto da cabine do Avoante é gratificante nessas horas de frio e chuva.
Em Camamú, o clima sofre muita influência das frentes frias que avançam desde o sul do Brasil e sobem à costa.
Toda essa chuva não faz muita diferença, para nos que moramos a bordo, ela é muito bem vinda. Aproveitamos para colocar as coisas em ordem e também coletar água de chuva para abastecer nosso tanque de água. O mais é, relaxar e apreciar o tempo.
O gosto pela vela de oceano se divide em três opções:
As regatas, que são muito eletrizantes e vibrantes, mas que requer alto investimento, porque os barcos se tornam obsoletos muito depressa. Sempre surgem novos projetos leves e rápidos, devido aos materiais empregados, como a fibra de carbono. Muitos chegam a atingir, no contra vento, mais de 20 nós de velocidade. São verdadeiros formula 1 da vela.
Os velejadores de final de semana, que não dispõe de muito tempo e por isso curtem pequenos passeios e boas conversas nos cockpit. Esses sempre estão sonhando com um cruzeiro mais longo.
E os cruzeiristas, que estão sempre à procura de novas aventuras em pequenas ou longas travessias. Sempre procurando um lugarzinho gostoso e paradisíaco para ancorar.
Nós optamos pela vela de cruzeiro, pela possibilidade de ter uma vida diferente, muita liberdade e um pouco de aventura.
Existe também satisfação em trabalhar no barco. A manutenção e uma constante, pois não podemos abrir mão da segurança. Nunca sabemos o que iremos encontrar na próxima milha.
O tempo para velejar também é importante para o velejador de cruzeiro. Não podemos ter compromissos inadiáveis, nem está ligado em data importante junto à família, o que faz muita gente desistir antes de partir. Não podemos esquecer a família nem os amigos, mas a vida sempre continua e no retorno, vemos que tudo continua em seu lugar.
A tripulação é outro fator de extrema importância para um bom cruzeiro. Precisamos escolher com muito cuidado os companheiros, isso e determinante para tornar o cruzeiro agradável. No Avoante somente eu e Lucia. Raras vezes temos a companhia de um amigo ou gente da família, mas convite é que não falta.
O dinheiro não faz muita diferença. Sempre é bom, mas não essencial. A maioria dos velejadores estrangeiros que conhecemos, não tem muitos recursos. Muitos vendem casa, comercio ou propriedades e saem de barco pelo mundo. Alguns voltam aos seus paises para trabalhar, juntar algum dinheiro e retomar a viagem.
Não existem ricos nem milionários, porque estes não largam seus castelos por nada. Estão presos nas redes por eles mesmos criadas.
Hoje já existe muita gente que em vez de casas de praias ou sítios, investem em um barco e curtem suas férias ou finais de semana a bordo, sempre em uma praia diferente.

No Avoante, não somos diferente de outros velejadores, vivemos muito bem com trabalhos realizados a bordo ou trabalhando nos locais de ancoragem. Não é muito, mas da muito prazer e muita liberdade.
Um bom barco é o mais importante num cruzeiro, porque sem ele nada disso existe. Ele tem de ser forte e seguro, com equipamentos de segurança em ordem e prontos para uso.
No mar somos muito pequenos, pegamos vários tipos de mar e de tempo, ter confiança no barco e nos equipamentos é muito importante.
Não interessa o tamanho do barco. Encontramos barcos de até 19 pés fazendo volta ao mundo. Como diz o ditado “Tamanho não e documento”.
O Avoante é um barco que tem dado muitas alegrias, apesar de ser um projeto antigo, ele é seguro e muito confiável. Ideal para nosso projeto de vida e confortável para até 5 pessoas. Como somos 2, sobra espaço.
Nesse dia chuvoso na Baia de Camamú, ele tem nos aconchegado muito carinhosamente.

Nelson Mattos Filho
Velejador
* Artigo publicado em 2006 no jornal Tribuna do Norte - coluna Diário do Avoante. A coluna é publicada todos os domingos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

REFENO 2009


Esta chegando o dia da largada da Refeno 2009, 19/09, e o número de barcos inscritos continua aumentando. Já são 91 inscritos e pela relação já poderemos deduzir que essa edição da REFENO será bem competitiva. Além do trimarã pernambucano Ave Rara, que é uma verdadeira fera de competição e que faz parte do Olimpo de vencedores da prova, poderemos ver alinhados na raia de largada os veleiros Angela Star/RJ, Bola 7/BA, Sorsa/RJ e Marujos/BA, todos acostumados a vitórias em competições nacionais. A briga deve ser boa!

DESCULPAS

Caros amigos e leitores do Blog do Avoante, estamos com alguns problemas técnicos para fazer postagens, por isso venho postando a conta gostas. Espero ainda esta semana agilizar as postagens.

domingo, 9 de agosto de 2009

ENCONTRO DA QUARTA-FEIRA

O encontro de velejadores da próxima quarta-feira no Iate Clube do Natal, além das últimas informações sobre a regata que vai acontecer dias 15 e 16 de Agosto, teremos palestra do Capitão dos Portos do Rio Grande do Norte, Comandante Vasconcelos. Após a reunião vai rolar cachorro-quente. Quarta-Feira promete!

FELIZ DIA DOS PAIS

Uns dizem que é uma data comercial, outros que é um dia igual a todos os outros, alguns nem querem saber, poucos ao menos ligam para os pais, mas a grande maioria, assim como eu, sabem o valor de se homenagear essa pessoa de que tanto amamos. O meu já partiu a muitos anos, mas seu exemplo de vida e honradez carrego sempre comigo ao lado do coração. Um beijo meu Pai, e um beijo a todos os Pais do mundo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

ENCONTRO DA QUARTA-FEIRA












Foi concorrido o encontro de velejadores da última quarta-feira no Iate Clube do Natal. Além da resolução da próxima regata que vai acontecer nos dias 15 e 16 de Agosto, decidimos sobre o campeonato de pesca do velejador no próximo sábado, 08/08. O torneio inicia às 12 horas e encerra às 17 horas. As regras são meio anárquicas, ou melhor, não vai haver regra nenhuma. Apenas vamos nos reunir no pier do clube para pescar uns robalos e depois tomar umas cervejinhas, jogando conversa fora que ninguém é de ferro. O campeonato é aberto a todos que estiverem a fim de pegar um peixinho. Como os encontros das quartas-feiras não se resumem apenas as conversas sobre regatas e velas, como já virou tradição, logo em seguida rolou uns queijos, frios, vinhos, cervejas e muitas rizadas. Quem ainda não participou, considere-se convidado para a próxima quarta. As fotos foram tiradas pela mais nova adepta do grupo, a velejadora Lúcia, esposa do Zeca, que com certeza não vai perder mais nenhum encontro.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

NOVOS BARCOS NA ÁGUA

A vela esta de vento em popa no Iate Clube do Natal, cada dia a turma se anima mais e novos barcos vão sendo preparados para entrar na água. Na verdade não são barcos tão novos assim, novo mesmo apenas um Flash 165 adquirido pelo velejador Geraldo Dantas. Agora a classe Flash 165 pode se divorciar dos DaySailer e assim a paz volta a reina na flotilha. O velejador Claúdio Almeida já estava a ponto de perder os cabelos. Os outros dois barcos que devem descer ainda esta semana é o Dianteiro do comandante Adalrí e o barco dos comandantes Eilson e Fernando, que ninguém ainda sabe como vai se chamar. Uns chamam de Lorien, outros de Atrevido e a grande maioria de Batatão. Eu até poderia sugerir um nome, mas acho que o costado iria ser pequeno.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

CAMPEONATO DE PESCA DO VELEJADOR

A turma de vela esta se preparando para a realização do 1º campeonato de pesca do velejador. Será no próximo sábado no pier do Iate Clube do Natal. No encontro da quarta-feira teremos mais informações.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

SUPER VELOZ

A vela de competição navega cada vez mais rápida. Dessa vez o super trimarã Banque Populaire V, que já tinha batido o recorde de singradura de 794 milhas em 24 horas, agora baixou mais ainda o tempo e cravou 907 milhas em 24 horas, com a média de quase 38 nós. Isso quer dizer que a fera levaria 5 horas para ir de Natal a Fernando de Noronha. Bichinho ligeiro!

AMERICA'S CUP

A briga tá feia para os lados da America's Cup, ninguém se entende e nem da sinais de querer se entender. Agora os suíços do Alinghi, fecharam um acordo com os Emirados Árabes para a realização da regata no norte da Península Arábica. A turma da BMW/Oracle não gostou nada da ideia e ameaça levar, mais uma, a regata para as barras dos tribunais. Os ventos devem soprar ainda mais fortes.

EXPEDIÇÃO ALAGOANA


O velejador Eugênio Lisboa, de Maceió, é um cabra da peste afeito a aventuras marítimas. Ele um dia resolveu ser velejador e correr a regata Recife-Noronha. Como ainda não tinha barco, nem carteira que lhe credenciasse a comandar uma embarcação, num mesmo ano matou a charada de uma vez. Comprou um Fast 310, tirou a carteira de Arrais, Mestre e Capitão Amador. Como havia prometido, ainda correu a REFENO. Tudo isso num único ano e com muita competência. Agora ele esta adquirindo um novo barco, dessa vez um catamarã fabricado no estaleiro maranhensse Bate-Vento. Será um BV 36 super bem equipado. Com esse barco ele pretende colocar mais velas em seus sonhos e assim esta organizando a 1ª Expedição Maceió - Arquipélago de Trindade e Martim Vaz. A largada será dia 25/12/2010 na cidade de Maceió com previsão de chegada em Trindade dia 29/12/2010. A previsão de permanência na Ilha será de dois dias, dependendo das condições de fundeio. O retorno a Maceió deve acontecer dia 31/12/2010, com chegada dia 04/01/2011. Conhecendo a disposição do comandante Eugênio e de sua capitã Marta, eu aposto todas as fichas na empreitada.

SEGUNDA TEM CAFÉ





Na terça, quarta e quinta tem o projeto Pôr-do-Sol. Na quarta tem ainda o encontro semanal de velejadores. Na sexta sempre tem algum churrasquinho básico. No Sábado e Domingo, nem precisa marcar nada, já é tradição. Agora até na segunda também tem. Como a turma não brinca em serviço, tratou de inventar um café nas tardes de segunda-feira. Café, leite, canjica, tapioca, cuzcuz, pão, bolo, biscoito, bolacha e pamonha, um cardápio pra lá de nordestino. Invenção de Isolda e Lucia. Turminha pra gostar de farra!

PROEIRO POMPOM


O velejador Miltson, relembrando seus dias a bordo do Navio Veleiro Cisne Branco, quando servia a Marinha do Brasil, disse que os banhos eram com água salgada e após se enchugar passava talco para amenizar os efeitos do sal no corpo, evitando as tradicionais coceiras provocadas pela cristalização do sal. Milito que ouvia atentamente a confissão do amigo, logo entabulou uma pergunta chamando Miltson de proeiro POMPOM, já que ele é o proeiro do Daysailer Imagine. Depois das rizadas, a turma absorveu o apelido do POMPOM. A foto acima o proeiro pompom navega feliz da vida no Avoante.

UM DOMINGO DE VELEJADA






Domingo, 02 de Agosto, recebemos um grupo de velejadores e amigos do nosso clube para uma velejada a bordo do Avoante. Foi uma velejada super gostosa aproveitando os primeiros ventos de Agosto. Saímos uma milha barra a fora e somente retornamos por um pequeno problema na roda de leme, mas que não tirou o brilho do nosso passeio. É muito gostoso velejar em Natal empurrados por esse ventos generosos de Agosto.

A VELA RESSURGINDO EM NATAL

Tem sido movimentada essa nossa temporada em Natal. Fazia tempo que o Avoante não demorava tanto ancorado no Iate Clube. O pior de passar muito tempo num só lugar, ainda mais no lugar da gente, é que vamos criando, novamente, raízes em terra. A torcida é grande para que permaneçamos mais dias e sempre aparecem compromissos inadiáveis e que não podemos faltar.
Nessa temporada tivemos a felicidade de encontrar o clube com uma nova visão náutica, principalmente na vela que foi o objetivo de fundação do Iate Clube do Natal com a classe Snipe. A classe hoje, apesar de contar com alguns barcos no clube, esta desativada e precisando de muito incentivo para ressurgir e voltar a navegar pelas águas do Rio Potengí.
Natal já foi referência em Snipe. Tivemos bons velejadores e os campeonatos eram super disputados e com participação de velejadores de quase todo o Brasil. Quem sabe com todo esse entusiasmo que se encontra no Iate Clube do Natal, com as flotilhas restabelecidas e atuantes, os velejadores de Snipe sejam novamente contaminados pelo vírus da vela.
O Memorial Patrono Fernando Pedrosa, instalado no jardim de entrada do clube, é a maior prova da referência de Natal no esporte a vela. Ele e o marco que norteia o compromisso do clube com esse esporte de tradição.
Como sou entusiasta desse esporte e fascinado pela vela de cruzeiro, vibro com os encontros das quartas-feiras, onde velejadores se reúnem para discutirem assuntos da vela, decidir e organizar as próximas regatas.
A muito o clube não tinha um calendário de regatas tão movimentado. Tudo frutos dos encontros semanais e do entusiasmo de uma turma nova, instigante e disposta a colaborar uns com outros para que os barcos estejam na água.
Ferramentas de divulgação foram criadas como o grupo velanatal, que é um grupo do Yahoo voltado para o esporte. O velanatal tem conseguido manter a união da turma e arregimentado novos aficionados para vela.
Dia 19 de julho tivemos a regata da cachoeirinha com todas as classes de barcos na água. Foi um verdadeiro festival de vela no Potengí. Vinte e três barcos deram um colorido especial ao evento.
Cachoeirinha é um waypoint próximo ao Forte dos Reis Magos, onde o Iate Clube colocou uma poita e algumas vezes ancoramos para uma manhã gostosa de piquenique a bordo.
Sempre falo que não sou regateiro, minha praia é a vela de cruzeiro, que é uma navegada mais light e contemplativa, mas nunca deixei de dar minha participação nos eventos de vela. Se for para colocar o barco na raia e assim contribuir para engrandecer o evento, não faço muita cerimônia. O Avoante é um barco-casa, mas acima de tudo é um barco valente e marinheiro.
Na regata da Cachoeirinha tive a felicidade de chegar em primeiro lugar na categoria barco Oceano. Foi uma disputa acirrada com o segundo colocado o veleiro Tuta, do grande comandante Ricardo Barbosa. As bóias colocadas em frente à praia da Redinha fizeram o diferencial da regata. A correnteza forte de enchente e o pouco vento que fazia na ocasião dificultaram as manobras.
A disputa foi palmo a palmo até a bóia da cachoeirinha, quando o Avoante conseguiu montar em primeiro e assim se manteve até a linha de chegada. Em terceiro chegou o veleiro Malaika, do comandante Noronha, que fez sua estréia na raia do Potengí em grande estilo.
Na classe sub-20 o primeiro lugar foi o veleiro Ati, comandado pelo gaucho - potiguar Antonio, seguido do veleiro Erick, comandado pelo capitão da flotilha Eilson Amorim.
Na flotilha Daysailer, o primeiro lugar ficou com o veleiro do comandante Simarone. Na classe Hob Cat chegou em primeiro o velejador Leo.
Na classe Laser o primeiro colocado foi o velejador Geraldo, seguido de Adalrí. Classe Dingue, primeiro ficou Flávio Freitas e em segundo Augusto.
Ainda teve uma participação especial do Super Cat de Lula Barreto, que brigou até o final com o veleiro Simarone pela fita azul. No final deu Simarone.
Assim foi a regata da cachoeirinha que deu seguimento a programação do Iate Clube do Natal. Dia 16 de Agosto já tem outra programada. Tomara que o Avoante ainda esteja em Natal!

Nelson Mattos Filho
Velejador
* Artigo publicado no Jornal Tribuna do Norte, coluna Diário do Avoante, dia 02/08/2009.
** A coluna Diário do Avoante é publicada todo domingo no jornal Tribuna do Norte.