segunda-feira, 17 de agosto de 2009

VIDA A BORDO 12

A vela de cruzeiro é um ótimo modo de viajar com custo relativamente baixo, dando muito prazer, conhecimento e liberdade ao viajante do mar.
Nosso País tem um litoral propício a vela de cruzeiro, uma costa de quase 10 mil quilômetros, com ótimos ventos, belas praias, muitas ilhas e um clima maravilhoso.
O Brasil tem despertado o interesse do turismo náutico mundial. Barcos de várias nacionalidades, principalmente ingleses e franceses, têm procurado nossas águas para seus cruzeiros.
Somos uma excelente opção para aqueles que se dirigem as ilhas do Caribe e vêm ao Brasil para uma escala de poucos dias e ficam tão encantados com nosso litoral que ficam mais tempo.
Os ventos e as correntes marinhas, empurram o navegador europeu ou africano para nossa costa. Temos que saber aproveitar esse presente da natureza.
Não é só na vela de esporte e recreio que temos potencial.
Os ventos alísios que sopram em nossa costa, poderiam ser usados até pelos navios de cabotagem. Alguns pensariam em atraso, mas o que teríamos era avanço. Considerando a economia de combustível, o barateamento dos fretes e o número de empregos que seriam criados, o resultado seria excelente.
Os barcos a vela de hoje tem tecnologia de ponta e são muito rápidos. Tomemos por exemplo nosso navio veleiro Cisne Branco, uma obra prima da engenharia naval e que tanto orgulho traz a Marinha do Brasil.
O governo tem investido muito em projetos para baratear o combustível para o pescador. Poderia incentivar o uso do barco a vela para essa atividade. Investindo em novos projetos e barcos mais modernos e confortáveis para o pescador. Vento é que não falta!
O navegador de cruzeiro faz uso do barco a vela há muitos anos e vai continuar fazendo. Ninguém aguenta fazer uma travessia transoceânica num barco movido a diesel. A não ser os multimilionários. O barco a vela da mais liberdade e charme a navegação.
Os barcos a motores são bonitos e bem equipados. Os motores cada vez mais possantes e rápidos. Porém, a autonomia para 99% deles é muito pequena.
Eu não tenho nada contra os que fazem uso do barco a motor, nem contra a indústria motonautica, que por sinal tem tido altos níveis de competência em seus projetos.
Defendo o uso dos ventos como fonte propulsora, por medida de economia do petróleo, que tem sido o grande vilão do nosso século.
Um veleiro oceânico na faixa de 25 a 40 pés de cumprimento, entre 7 e 12 metros, pode perfeitamente dar uma volta ao mundo, enfrentando várias condições de mar e de tempo, com muito conforto, economia e trazendo prazer a sua tripulação. Já o barco a motor do mesmo tamanho seria um pouco complicado, não pelo conforto é sim pelo consumo e formato do casco.
Os modelos de cascos dos veleiros são monocasco, catamaran e trimaran.
Monocasco é o de maior tradição. São barcos com um casco e com uma quilha abaixo da linha de água. A quilha é uma peça de chumbo que da estabilidade a embarcação. Ela pode ser fixa ou retrátil. Da muita segurança ao veleiro, mesmo no pior temporal sempre deixa o barco em pé. Funciona tipo o boneco joão teimoso, balança e volta ao normal. Alguns têm patilhão, que é o formato de quilha que vai da proa a popa.
Catamaran e trimaran têm dois e três cascos respectivamente. São barcos que tem crescido no conceito do velejador, pôr sua rapidez, espaço interno e equilíbrio no mar. Vemos hoje muitos barcos desses modelos em cruzeiro.
O modelo de barco você escolhe de acordo com suas condições ou objetivos. O resto é colocar na água e curtir nossas belezas.
Vamos aproveitar os ventos favoráveis ao Brasil, que são dádivas da natureza.

Nelson Mattos Filho
Velejador
* Artigo publicado em 2006 no jornal Tribuna do Norte, coluna Diário do Avoante. A coluna é publicada sempre aos domingos na Tribuna do Norte.

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