domingo, 31 de maio de 2009

VOLVO OCEAN RACE

A briga é boa e os barcos super rápidos, mas parece que o brasileiro Torben Grael já esta com a mão na taça da regata volta ao mundo. O barco Ericsson 4 comandado pelo brasileiro esta com 13 pontos de vantagem sobre o segundo colocado. Nesse final de semana Torben não foi muito bem na regata costeira na Irlanda, mas a vantagem dele é muito grande. Dia 06 de Junho é a largada próxima perna em direção a Suécia. Nem só de Seleção Brasileira e Copa do Mundo vive o esporte brasileiro.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

NAMORO A BORDO

O restaurante Latitude 5º do Iate Clube do Natal promoverá jantar romântico, com musica ao vivo, no dia dos namorados. A musica ficará a cargo da Banda Sagitários. Luiz Dantas, Itanildo e Dodora. Nada melhor do que uma boa musica, num ambiente gostoso e aconchegante para comemorar o dia dos namorados.

REUNIÃO DA QUARTA-FEIRA







Continua navegando com vento a favor a reunião semanal da turma de vela do Iate Clube do Natal. Nessa Quarta-Feira, além da reunião, tivemos uma mesa com pães, pastas, queijos e vinhos sob o comando da ala feminina que também marca presença. A turma já programa uma regata Ele e Ela, que deve acontecer no mês de Julho. Na reunião de hoje foi definido o percurso da regata Batalha Naval de Riachuelo, que acontece dia 06/06.

terça-feira, 26 de maio de 2009

PÔR-DO-SOL DO POTENGÍ




Após três dias de chuva que castigou Natal, o sol voltou a aparecer na tarde desta terça-feira trazendo beleza e cores as margens do Potengí amado. Infelizmente não tivemos os acordes melodiosos do sax do maestro Luiz, homenageando mais um espetaculo da natureza.


VELA BRASILEIRA DE LUTO

O trágico acidente com um avião no sul da Bahia, em que morreu uma família inteira, foi também uma grande perda para o mundo da vela no Brasil. O proprietário da aeronave que também morreu no acidente junto com a mulher, filhos e netos, Sr. Roger Wrigth, sempre foi um grande incentivador da vela de competição. Amigo e patrocinador dos maiores nomes da vela no Brasil, entre eles Lars Grael. Na classe 12M da tradicional regata Copa da América, foi o grande patrocinador do barco brasileiro Whigth On White, que foi grande campeão na historia da regata.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

VIDA A BORDO 04

Cada velejada tem um sabor diferente, de um dia para o outro muda todo o cenário de mar e vento. Nossa ida a REFENO em 2003 foi marcada pelas várias tentativas para sair de Natal e com os problemas enfrentados no percurso Natal-Recife. Em 2004 mais uma vez estávamos prontos para participar dessa regata, com a experiência acumulada do ano anterior. Dessa vez, a perna Natal-Recife, foi uma velejada super tranquila, nada de velas rasgadas, nem problemas mecânicos, fizemos um ótimo tempo e chegamos num astral elevado.
O grande número de barcos participantes surpreendeu a todos, eram mais de 140 inscritos, uma festa das melhores, muita alegria, muita confraternização e muita organização. A largada, com essa quantidade de barcos, ocorreu sem problemas, porque os barcos são divididos em classes, saindo cada classe com 20 minutos de diferença uma da outra, a partir do meio dia do sábado. Nossa largada se deu num clima de tranquilidade é com vento muito fraco. Lucia aproveitou até para fazer um arroz carreteiro durante os procedimentos de largada.
Após duas horas da largada o vento soprou mais forte e o mar ficou agitado, da nossa tripulação de 6 pessoas, Eu, Lucia, Airton, Jorge Rezende, China e Joaquim, 4 ficaram nocauteados pelos enjôos, sobrando apenas eu e o Airton para tocar o barco. Fizemos turnos de 2 horas, às vezes até mais. A primeira noite de mar, apesar do vento forte, foi super tranqüila. Nossas preocupações eram com os espinhéis dos barcos pesqueiros quando alcançamos trinta milhas da costa. Os cabos das redes engancham na quilha, leme ou mesmo no hélice, mais felizmente não tivemos problemas. Alguns barcos participantes tiveram sérios problemas com os espinheis.
A noite era de lua cheia e ela veio fazer parte desta festa nos presenteando com sua beleza. No dia seguinte, a tripulação voltou aos poucos ao batente, já conseguíamos mais gente para fazer turnos, pois os enjôos foram passando e as brincadeiras começaram a rolar.
Eu tinha escolhido uma rota mais ao sul em relação à ilha, para a viagem ficava mais tranquila e mais conforto a bordo, pois o vento não estava para brincadeiras. Essa escolha foi a mais sensata, apesar de sacrificarmos um pouco nosso tempo. O barco ficou mais estável e passamos a andar mais rápido para alegria de todos. Somente quando estávamos a 100 milhas da ilha é que voltamos à rota direto para a Ponta da Sapata, ponta da ilha que tem seu formato bem parecido com um sapato.
Nossa segunda noite de mar, a tripulação achou de descansar, alguns usaram a desculpa dos enjôos, apenas eu e o Airton ficamos no batente dividindo os turnos no timão. Lucia ficava coordenando o tempo, já que não conseguia dormir. Lucia tem um capitulo a parte nessas viagens a Fernando de Noronha, e que ela só enjoa duas vezes, uma para ir outra pra voltar, mesmo assim não larga o barco nem de brincadeira. A noite foi tranquila, apesar do vento não diminuir, fazíamos uma media de 6 a 7 nós de velocidade. Víamos apenas duas ou três luzes de outros barcos muito distantes. Apesar da grande quantidade de barcos participantes, cada um faz rumo diferente o que dificulta a visualização. A comunicação é feita somente através de rádio, às vezes nem assim.
Na manhã da segunda feira começou a expectativa da chegada. A tripulação acordou bem disposta e todos tentavam fazer alguma coisa. Os turnos fluíam normalmente. As brincadeiras e as conversas faziam o tempo passar rápido. À tarde por volta das 13 horas avistamos a ilha e a alegria foi geral, cruzamos a linha de chegada às 17 horas. Ancoramos, fizemos uma pequena arrumação no barco, tomamos uma sopa preparada por Lucia e dormimos o sono dos justos.
Fernando de Noronha é uma festa durante o período da regata, segundo comentários dos ilhéus, é a maior festa da ilha depois do ano novo. São em torno de 1800 pessoas, divididos entre tripulantes, organização, familiares e amigos, que vão de avião para as comemorações e entrega dos prêmios. A festa da entrega dos prêmios, e uma comemoração ao ar livre no mirante do porto, com jantar para os participantes e show com entrada franca aos ilhéus, criando um clima harmonioso e divertido.
A partir da quinta feira começam os preparativos de retorno, como nosso destino era Natal, nossa saída foi no Sábado, portanto, tínhamos mais alguns dias de tranquilidade para caminhadas, banhos de mar, curtir a noite nos barzinhos, palestras do IBAMA, ver os golfinhos, fazer mergulhos, observar os pássaros ou simplesmente sentar no alto de uma pedra e curtir a paisagem. Fernando de Noronha é realmente um paraíso para os que gostam de tranqüilidade e vibram com os encantos da natureza.
Para os que pretendem participar dessa regata, mesmo sem ter embarcação, é só entrar em contato com o Iate Clube do Natal ou ir direto ao site do Cabanga Iate Clube, e se inscrever como tripulante em algum veleiro. Uma coisa eu tenho certeza: É uma viagem fantástica!


Nelson Mattos Filho

quinta-feira, 21 de maio de 2009

DICAS PARA OS DIAS DE CHUVA


Nesses dias de chuva e clima começando a esfriar, o aconchego da cabine do barco é um excelente lugar para ler um bom livro, acompanhado de um tinto. Para os que gostam de cozinhar, uma boa pedida é fazer uma boa massa e saborear escutando a chuva cair sobre a convés. Convidar alguns amigos para tomar um café, também é um boa pedida. Nem só de verão vivem os que amam o mar.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

VENTOS DE INVERNO


Começaram a chegar os primeiros ventos de inverno, aqueles que vem do quadrante sul e sudeste. Ainda estão muito tímidos, mas já sentimos que a noite esfriou um pouco e no mar começaram a aparecer os primeiros carneirinhos. Tomara que eles continuem com toda essa timidez por aqui, porque na Bahia eles já começaram a fazer estragos. Essa semana as ondas no litoral baiano devem chegar a 2,5 metros de altura. Até dentro da Baía de Todos os Santos a Capitania dos Portos emitiu avisos de alerta.

REUNIÃO DA QUARTA-FEIRA


Turma assídua, amiga é divertida que sempre marca presença na reunião dos velejadores.

REUNIÃO DE VELEJADORES




Continua de vento em popa o encontro semanal de velejadores no Iate Clube do Natal. A turma se reune sempre as quartas-feiras, a noite, para discutir assuntos de interesse da vela. A regata BATALHA NAVAL DE RIACHUELO, que acontece dia 06 de Junho, é o assunto do momento.

terça-feira, 19 de maio de 2009

PÔR-DO-SOL


Hoje é terça-feira e por isso é dia de pôr-do-sol no potengí. O projeto pôr-do-sol no potengí, na varanda do Iate Clube do Natal, continua de vento em popa, toda terça, quarta e quinta-feira. Musica de qualidade com grandes músicos e compositores de nossa terra, num ambiente gostoso e muito confortável.

REFENO 2009

Já estão abertas as inscrições para a Regata Recife - Fernando de Noronha -REFENO. Este ano a largada será dia 19 de setembro. Aqueles que pretendem participar da regata devem se apressar nas inscrições, pois apenas os primeiros 100 barcos poderam participar. As inscrições podem ser feitas pelo site da REFENO - www.refeno.com.br. Já fiz a pré-inscrição do Avoante e aqueles que quiserem embarcar nessa travessia oceânica, entrem em contato com a gente.

Gosto de tirar fotos de nomes de barco. Tem alguns bem engraçados e outros que homenageiam pessoas que nunca passaram pelo local, mas que demonstra a grandeza da fama do homenageado. Como este que vi em Terra Caída/SE. Pequeno barco, grande nome.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

VIDA A BORDO 03

Hoje falaremos um pouco da Baia de Camamú, um lugar muito especial que superam expectativas mais otimistas. Além de muito lindo, preserva muito da cultura local e da boa receptividade baiana.
São muitos povoados, diversas ilhas, muitas delas desabitadas, grandes áreas de mangue, muita paz e tranqüilidade. A comida na sua grande maioria a base de peixe, crustáceos, mandioca e feijão, tudo em forma de moqueca.
Lá se faz moqueca de tudo, ovo, fruta pão, caju, banana, manga, pão e até de coisas do mar. Tudo cozinhado a base de muito dendê e leite de coco. As frutas são de uma fartura impressionante, manga, caju, goiaba, cajarana, cajá, jaca, banana (uma penca um real), biri-biri, fruta pão, carambola e outras mais. Tudo colhido na hora.
Os transportes entre os povoados e ilhas são feito através de barcos. Existe vários toque – toque, que fazem linhas a partir das 4 horas da manhã até o anoitecer.
O lugar mais conhecido e já totalmente invadido pelo turismo e Barra Grande, que fica na entrada da baia, de quem vem pelo mar, fica localizado na península de Maraú, tudo que fica do lado leste pertence ao município de Maraú e tudo que fica do lado oeste pertence ao município de Camamú. A cidade de Maraú fica localizada no fundo da baia, a quase 20 milhas rio adentro, é uma cidade pequena, porém aconchegante.
A cidade de Camamú, que da o nome à baia, fundada em 1561, já foi palco de grandes lutas e invasões. Foi à segunda economia do Estado em tempos passados, mas teve um crescimento muito desordenado. Os holandeses e ingleses que estavam de olho em sua localização e em suas fontes econômicas, fizeram várias tentativas de invasões, sendo sempre rechaçados pelos colonos e índios da tribo Macamumu que obstruíam o canal de acesso à cidade com pedras, dificultando a entrada dos navios invasores. Essas pedras, até hoje estão no mesmo lugar, dando margem a várias estórias sobre o jeito baiano de ser.
A baia de Camamú é um desses lugares que deixam saudades, apesar do beradeiro, que é aquele que mora a beira do rio, já ter adquirido muitos hábitos da vida moderna, ainda assim vive com os costumes dos ancestrais. Os lugarejos são de uma tranqüilidade impar, os veleiros que ali aportam são recebidos com um carinho especial por todos. Sempre que desembarcamos, somos presenteados com sacolas de frutas, peixes e crustáceos, ofertados com um sorriso que encanta.
Na ilha do Campinho, local de nossa primeira ancoragem, como de todos velejadores que entram nesse paraíso, o velejador é recebido por três figuras fantásticas, três senhoras que dão as boas vindas a todos, com carinho tão grande que e difícil não se apaixonar. Aurora, Onilia e Aidil, a Onilia diz que já namorou até com o aviador e escritor Antoine de Saint-Exupery, quando ele pousou na região em uma das suas muitas viagens. Ela mostra até a casa onde ele dormiu e algumas lembranças por ele deixadas. As moquecas e cervejas servidas na casa da Aurora são puros caprichos, numa simplicidade que encanta. É difícil levantar ancora do Campinho!
A Ilha Grande de Camamú é um dos maiores povoados da região, tendo inclusive uma mineradora, que já foi uma das maiores empregadoras do município, mais hoje tem sua produção bem reduzida. A ancoragem na Ilha Grande também é muito gostosa dependendo do vento que esteja soprando.
A Ilha da Pedra Furada, seu nome vem da grande quantidade de pedras com furos arredondados inclusive umas enormes que servem de cartão postal, tem um banho de mar maravilhoso, mais a ancoragem é difícil, sendo possível somente em um pequeno ponto.
As Ilhas de Sapinho e Goió têm uma ancoragem bem abrigada protegido dos ventos sul e sudeste, que às vezes castigam a região. Em Sapinho a pedida é se deliciar com as lagostas servidas nos bares dessa pequena ilha. A população é carinhosamente acolhedora.
Cajaíba do Sul, outro povoado que teve grande importância no período do Brasil colonial, quando as mercadorias eram transportadas pelos saveiros. Os estaleiros de Cajaíba produziram, e até hoje produzem, os melhores saveiros e escunas do sul da Bahia, recebendo encomendas do mundo todo. Todos os anos dezenas de barcos saem de seus estaleiros.
Ilhas de Tubarões, Tatus e Germana, ilhas semi-desertas que se pode ancorar uma semana e não ver ninguém.
Na Cachoeira de Tremembé no fundo da baia de Camamú, a ancoragem é limitada pelo pouco espaço e profundidade, mas em compensação o lugar e fantástico, pode-se chegar com o barco até embaixo da cachoeira que cai em meio à mata atlântica.
A região de Camamú é conhecida como costa do dendê, pois os melhores óleos de dendê do mundo saem de suas fabricas artesanais. É um lugar onde todo velejador tem por obrigação conhecer e quem não quer ir de barco, mas gosta de lugares paradisíacos não pode deixar de ir. Levantar âncora de Camamú é muito difícil, mais precisamos suspender e levantar as velas, pois ainda temos muitos lugares para conhecer, além do que voltaremos, com certeza.

Nelson

sábado, 16 de maio de 2009

MAR DE ALMIRANTE


Na linguagem náutica, mar de almirante é o mar liso, com pouquissimas ondulações e que ninguém precisa ter o cuidado de tomar os famosos remédios contra enjoo. Ainda não sei porque a origem dessa denominação, nem se almirante enjoa, mas que o mar de almirante é muito bom para navegar isso eu sei. Pois é, esse mar de almirante que tanto anima o navegador a se fazer ao mar além dos limites das águas abrigadas, tem dado um colorido especial ao litoral do Rio Grande do Norte, principalmente a Natal. O mar de Natal, nesses dias de calmaria, esta muito convidativo. Ainda é tempo de você, proprietário de embarcação, botar seu barco na água é ir passear nesse mar de almirante que hoje banha nossa costa.

VIDA A BORDO 02

VIDA A BORDO 02


No ano de 2003 resolvemos participar da regata Recife-Fernando de Noronha, uma das maiores competições náuticas do país, com uma média de 100 barcos inscritos. Preparamos o barco com uma antecedência de 6 meses, que é um bom tempo para revisar tudo, com muito cuidado, e não termos muitas surpresas desagradáveis no mar. O barco precisa estar muito bem equipado com todos os equipamentos de segurança e salvatagem em perfeitas condições de uso e em numero suficiente para toda a tripulação, afinal de contas enfrentaremos 300 milhas, em torno de 580 quilômetros, de mar aberto. Apesar de contarmos com o apoio da Marinha do Brasil, que destaca dois navios patrulhas para acompanhar todo o percurso da regata, como também da Capitania dos Portos de Pernambuco, que faz uma minuciosa vistoria nos barcos participantes, todo comandante é o responsável direto por sua embarcação e pelo bem estar dos seus tripulantes. Então todo cuidado e zelo por sua embarcação devem ser observados com esmero.
Apesar de todo cuidado tínhamos um problema, que era levar o barco de Natal para Recife, uma velejada que dependendo do vento seria muito cansativa e demorada. Como estávamos em pleno mês de setembro com ventos vindos do sul e sudeste e com uma intensidade muito forte, isso ia ser bem mais difícil porque o vento viria pela nossa proa, quer dizer vento contra. Mas, não tinha outro jeito tínhamos que ir, já tinha feito inscrição e a regata sairia em poucos dias. Montamos a tripulação com 5 pessoas a bordo, Eu, Lucia, Cláudio, Pedrinho e Lucinha. Saímos de Natal numa segunda-feira, por volta das 6 horas da manhã, assim que saímos na boca da barra já sentimos o drama, mais da metade da tripulação estava sofrendo com os enjôos, inclusive o capitão. Em frente à Ponta Negra, com vento contra muito forte e o mar muito virado, o moral da tripulação lá em baixo, sentimos um estouro, e lá se foi à vela grande rasgada na costura, recolhemos a vela e tentamos prosseguir quando escutamos outro rasgo e lá se foi à vela genoa, que é a vela da frente. Avaliamos a situação e em vez de trocar as duas velas, resolvemos voltar para Natal e reparar os estragos.
Após três dias de trabalho e com as velas reparadas, voltamos ao mar com a tripulação bem reduzida. Da primeira, apenas eu e o Pedrinho, embarcou nosso amigo Freitas. Saímos de Natal às 23 horas de uma quinta-feira, o vento e o mar já estavam bem melhores, com o vento vindo de sudeste andávamos bem, por volta de 9 horas da manhã estávamos em frente à Tibau do Sul quando ao dar um bordo sentimos que os cabos de aço que movimentam a roda de leme quebraram. Colocamos a cana de leme de fortuna e retornamos mais uma vez para Natal. Mais um dia de serviço e tudo organizado novamente, o Freitas desembarcou e embarcou o Marcelo China. Retornamos ao mar no domingo às 7 horas da manhã e fizemos um pacto que não teria volta, não teve mesmo, mais em compensação o vento já estava bem mais forte o mar mais agitado e Eu e o Pedrinho super cansados, mais fomos assim mesmo, gastamos 82 horas de velejada até Recife, um recorde negativo de tempo, mas quando se veleja estamos sujeitos a vários fatores e nunca uma velejada é igual à outra.
Cumprimos nossa missão apesar de mais uma vela rasgada, muita chuva, muitos banhos de água salgada na cara e nenhum peixe no anzol.
A largada para Noronha se aproximando, arrumamos o barco, consertamos a vela rasgada, fizemos a vistoria com a Capitania dos Portos de Pernambuco e fomos descansar para esperar a tripulação que iria para a regata. Eu, Lucia, Pedrinho, Lucinha e Flavio Alcides.
Largamos num sábado ao meio dia, com vento bom e mar um pouco agitado, logo que saímos na boca da barra de Recife, o vento diminuiu e tivemos de trocar a vela genoa por outra maior, até a noite trocamos mais duas vezes de vela. Fizemos, apesar do trabalho com as velas, uma velejada muito boa, nosso tempo não foi dos melhores, mas curtimos muito essa travessia ate o arquipélago. Não pretendíamos ganhar regata, queríamos participar e chegar à ilha com a tripulação em segurança e o barco em ordem. Valeu nosso esforço com a manutenção, não tivemos nenhuma avaria durante a travessia e a tripulação com saúde, esse foi nosso maior premio. Chegamos à Ilha na segunda-feira, depois de 52 horas de velejada, todos a bordo num astral muito alto e apreciando as maravilhas do arquipélago que são fantásticas. Arrumamos o barco e desembarcamos para a melhor parte: Confraternizar com todos que participaram da regata e passar uma semana naquele paraíso.


Nelson Mattos Filho

NOTA

Os artigos com o titulo VIDA A BORDO, são publicados no jornal TRIBUNA DO NORTE em Natal, sempre aos domingos. Alguns já devem ter informações ultrapassadas porque estou postando todos os artigos já publicados desde Janeiro de 2006. Já foram 125 artigos publicados e irei postando nesse blog em sequencia. Muito obrigado por acessar o BLOG DO AVOANTE e tenham uma boa leitura.
Nelson

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Baiano Pescando


Existem alguns predicados especiais dos baianos que contribuem para o folclórico jeito baiano de ser. Navegando pelo Rio Real que divide a Bahia de Sergipe e que banha as areias brancas da tietana Mangue Seco, me deparei com essa cena bem baiana de relaxamento. Eta pescaria boa Meu Rei!

REGATA DA MARINHA

O Iate Clube do Natal realizara junto com a Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte, uma regata em homenagem a MARINHA DO BRASIL. Será dia 06/06/2009 às 13horas, sábado. Vários velejadores de várias classes já confirmaram presença e a festa promete ser boa. Faça sua inscrição na secretária do clube e participe. Alguns barcos tem vagas para tripulante.

Ancoragem em Terra Caída/SE

VIDA A BORDO 01

Como se faz para morar a bordo? Esta pergunta esta na cabeça de todos que amam o mar ou pretendem fazer um cruzeiro num veleiro oceânico ou simplesmente tem curiosidade sobre o assunto.
Existem muitas teorias sobre o assunto, mas nenhuma demonstra com clareza a realidade. São formuladas, muitas vezes, por velejadores que fazem pequenos cruzeiros, velejadores de finais de semana ou velejadores de alpendre, que são aqueles que velejam muito em baixo da sombra da palhoça do clube, tomando umas cervejinhas. Mais a verdade é que a vida a bordo requer um bom planejamento para se ter resultados que satisfaçam os objetivos. Não quero aqui lançar mais uma teoria, mas aquele que gosta do mar e tem vontade de um dia morar a bordo, precisa passar pela experiência, tirar suas conclusões e analisar sua realidade social, financeira, educacional, de saúde e principalmente de tempo disponível.
Com a gente não foi diferente, esta pergunta sempre esteve na nossa cabeça, demoramos cinco anos para descobrir. Nesse intervalo, lemos muitos livros e ouvimos muitas palestras sobre o assunto, no dia que decidimos ate sua realização foi apenas 10 dias. O tempo de vender alguns imóveis, fechar empresa, desfazer apartamento, fechar conta em banco, encerrar cartões de credito, desfazer-se de bens pessoais, porque no barco somente o essencial, e vir de sacolas e muita boa vontade para dentro de nosso novo mundo, sem traumas, sem mais perguntas e sem medo, apenas querendo acertar e viver essa nova vida cheia de encantos. Quando chegamos e após a primeira noite dormindo a bordo pensei: Porque não viemos antes! Era uma coisa que Lucia sempre quis fazer, eu e que protelava. A família, não preciso nem falar sobre a reação contraria a essa decisão. Até hoje não entende, nem apóia. Alguns podem achar que isso é um grande empecilho, para mim foi muito fácil, com situações muito divertidas. Os amigos de terra nos olhavam com espanto e, às vezes, admiração, loucos era a palavra mais dita. Dos amigos do clube, somente recebemos incentivos e comemorações. Os amigos cruzeiristas, que são muitos, não é preciso falar a reação, pense numa turma arretada!
Já tínhamos feito várias viagens, inclusive duas de Recife-Fernando de Noronha-Natal, mas sempre na chegada, tínhamos que voltar para casa e voltar a viver como não desejávamos mais. Dessa vez era diferente, o barco seria a nossa casa a partir dali.
Levamos o barco para Camamú/Ba, uma viagem de 600 milhas e 4 dias e meio de mar, sem nenhuma parada, com ventos a favor, mar super calmo, muita pescaria e sem nenhum problema no barco, nem com a gente. Esse foi o nosso batismo. Não poderia ter sido melhor. Tivemos a companhia de Pedrinho e Manoel, dois irmãos da Praia de Enxú-Queimado/RN, e amigos para todas as horas.
Ancoramos na Ilha do Campinho, baia de Camamú, que faz parte da Península de Maraú no sul da Bahia. Um lugar paradisíaco, com muito verde, muita fruta e com um mar maravilhoso. Nesse paraíso passamos quatro meses trabalhando em um restaurante com apoio náutico. Nada cansativo. A beleza e a tranqüilidade do lugar não permitiam cansaço, lugar dos mais agradáveis. Com o barco ancorado na frente, trabalhávamos durante o dia e dormíamos a bordo. Era um trabalho super legal. Nossa roupa de trabalho era bermuda, camiseta regata, calção de banho, sandália ou mesmo descalço. Nossa clientela vinha 100% do mar ou pelo mar. Tínhamos a vida que queríamos ter e mais um pouco. Fazíamos pequenos passeios pela baía e ótimas amizades com os ribeirinhos e velejadores que sempre chegavam de suas viagens dispostos a um bom papo.
Depois de quatro meses, tínhamos que continuar nossa viagem e mudar o quintal de nossa casa. Porque morar a bordo e assim mesmo, vivemos ao sabor dos ventos e quando ele esta favorável temos mais é que aproveitar.
E assim, fomos para Salvador/BA.



Nelson Mattos Filho

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Quem somos 2


Desculpem a continuação do Quem somos, mas vida de iniciante nos mares dos blogs é assim mesmo, até aprender vai ter muito jaibe chinês pelo caminho.

Mas vamos lá: Escrevo artigos numa coluna no jornal Tribuna do Norte, em Natal, aos domingos com o título Diário do Avoante, contando histórias de nossas velejadas e a partir de hoje publicarei todas elas diariamente nesse blog. Lucia é artesã é confecciona caixas surpresas, bordados, camisetas e outras peças. Tudo produzido a bordo e com muita perfeição. Esperamos dividir com vocês essa vida um pouco diferente e contribuir para que outros venham se juntar a nos pelos mares do Brasil e do mundo.

Abraços, Nelson

Quem somos.

Moramos a bordo do veleiro Avoante I, um velamar 33, há 4 anos e meio. Nosso projeto é navegar toda a costa brasileira. Já conhecemos, quase, todo litoral do nordeste e ainda falta muita coisa para conhecer. Lugar é que não falta nessa imensidão de litoral do Brasil.