terça-feira, 1 de dezembro de 2009

VIDA A BORDO 29

* Artigo publicado em Dezembro de 2007 no Jornal Tribuna do Norte, coluna DIÁRIO DO AVOANTE. A coluna é publicada aos Domingos.
Estamos no limiar de mais um verão, estação festiva em que todos ficam de bem com a vida e sempre procuram novas diversões para colorir os já coloridos dias de sol.
Muitos velejadores aproveitam o verão, para fugir da correria das cidades e do stress que o trabalho lhes impõe durante o ano. Existem varias maneiras de aproveitar o mar, uma delas é conhecendo praias pouco freqüentadas ou procurando ilhas solitárias pelos mares, dando forma, aos mais criativos, sonhos de criança.
Velejar não é um bicho de sete cabeças, qualquer pessoa, independente da idade, pode aprender ou mesmo participar como tripulante em algum veleiro. O que precisa é ter vontade e tempo, a coragem vem junto com a vontade. Sempre que avistamos um barco navegando pela costa, rios, lagos e lagoas, nossos sonhos viajam junto com ele. Sonhos que refletem paz e alegria, que por alguns minutos espantam os problemas que por ventura estejamos passando naquele momento.
Um veleiro, independente do seu tamanho, pela beleza com que navega e leveza dos seus traços, desperta olhares românticos e nostálgicos em muitas pessoas e casais ao longo da costa. Muitos sonham com a possibilidade de estarem dentro do barquinho, cruzando os mares ou navegando por paisagens paradisíacas.
Nada disso é impossível de se concretizar. Muitos pensam que para ter um barco é preciso muito dinheiro. Existem barcos para todos os orçamentos e todos os gostos, depende do perfil e como se pretende utilizar o barco.
Iniciamos na vela por um Day sayler, barco muito gostoso de navegar, pequeno, de fácil manutenção e excelente para aprender a velejar. Não entendíamos nada de vela nem navegação. Tudo foi acontecendo numa grande velocidade, até que chegamos ao Avoante, um barco oceânico no tamanho que cabia em nosso orçamento e no nosso desejo de morar a bordo, com conforto para realizar cruzeiros pela costa do Brasil ou pelo mundo.
Na vela, descobrimos um mundo diferente daquele em que estávamos habituados. Descobrimos que nossos limites não têm fim. Tudo depende de como se encara a vida e as dificuldades. Estamos sempre tentando nos superar. Descobrimos ainda outro lado de nos mesmo, aquele que vem do fundo da alma e que a correria da vida urbana não deixa aflorar.
Fernando, um amigo velejador, que hoje esta dando uma volta ao mundo com a esposa, diz que na cidade levava uma vida de “urbanoíde”. Hoje não entende como conseguiu viver tanto tempo como uma máquina, com os sentimentos e prazeres controlados pelos outros.
O velejador João Sombra, que recentemente concluiu uma volta ao mundo de dez anos, com a família, fala em suas palestras que nunca sentiu tanta paz e nunca teve amizades tão sinceras como às que conseguiu ao longo de sua viagem pelo mundo.
Velejadores como Fernando e Sombra, e outros mais, que hoje navegam acompanhados ou solitários pelo mundo, um dia já tiveram seus sonhos de verão e suas fantasias náuticas. Hoje transformaram sonhos e fantasias em realidades e fazem o que realmente gostam na vida. Desfrutando o que a vida tem de melhor que é a busca pela liberdade de escolher nosso destino, independente do que a mídia tenta nos impor com suas modas e costumes.
A vida de velejador é muito simples, os excessos são descartados na medida em que as rotas se cruzam com as necessidades que não são muitas.
No verão, as oportunidades de se aventurar pelos mares é maior. As condições climáticas favoráveis e as águas mansas com o brilho que somente o verão permite, e o convite que falta para transformar sonhos. Vá à casa de um amigo que você sabe que tem um veleiro e se convide para uma pequena velejada, duvido que ele negue a você esse prazer. O velejador é uma pessoa que gosta muito do que faz e passar isso para outras pessoas e conseguir adeptos para a vela é um premio para ele. Se você não conhece ninguém que tenha barco, alugue ou entre para uma escola de vela. Todo clube náutico tem alguém disposto a dar aulas de vela.
Aqueles que querem ou vão se aventurar no mar, só resta um conselho muito importante, segurança. A segurança no mar, com a embarcação, com tripulantes e com os banhistas, é de extrema importância para o sucesso de sua velejada. Antes de tudo faça um pequeno curso teórico e se habilite aos prazeres do mar. Falei muito sobre veleiros, que é minha praia, mas o conselho se estende a toda embarcação.
O verão esta ai, então vamos ao mar!

Nelson Mattos Filho
Velejador

Um comentário:

  1. OLA NELSON, QUAL O TAMANHO IDEAL PARA VELEJAR PELA COSTA BRASILEIRA COM UM VELEIRO, E DE QUAL MODELO......ABRAÇO

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